Você já pensou em investir em empresas que não estão na bolsa de valores? Essa pode ser uma forma de diversificar sua carteira e aproveitar as oportunidades de crescimento da economia real. Mas como funciona esse tipo de investimento? Quais são as vantagens e os desafios de investir nesse tipo de tese? Neste artigo, vamos explicar o que são essas empresas, como elas se financiam e quais são as razões para você considerar essa opção na sua estratégia de investimento.
O que são empresas fora da bolsa?
Estes negócios são aqueles que não têm suas ações negociadas em um ambiente público e regulado, como a B3, a bolsa de valores brasileira. Essas empresas podem ser desde startups inovadoras até negócios consolidados em setores como agronegócio, energia renovável e imobiliário.
Elas optam por não abrir seu capital na bolsa por diversos motivos, como manter o controle acionário, evitar a burocracia e os custos de uma oferta pública inicial (IPO), ou simplesmente porque não precisam captar recursos no mercado de ações.
Como essas empresas se financiam?
As empresas fora da bolsa podem se financiar de diversas formas, como por meio de empréstimos bancários, fundos de investimento, fundos de private equity, fundos de venture capital ou crowdfunding.
Uma forma cada vez mais comum de se financiar é por meio do equity crowdfunding, que é uma modalidade de captação coletiva de recursos pela internet, em que pessoas físicas ou jurídicas podem investir em projetos ou empresas em troca de uma participação nos resultados ou no capital social.
O equity crowdfunding é regulamentado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) desde 2017, e permite que as empresas captem até R$ 15 milhões por ano, com um limite de R$ 20 mil por investidor. As plataformas que intermediam as operações devem ser autorizadas pela CVM e seguir as regras estabelecidas pela instrução normativa 88.
Quais são as razões para investir em empresas fora da bolsa?
Investir nestes ativos pode trazer diversos benefícios para o investidor, como:
- Renda passiva: algumas empresas distribuem parte dos seus lucros aos seus acionistas ou cotistas, gerando uma renda passiva para o investidor. Esse é o caso, por exemplo, dos fundos imobiliários (FIIs), que são fundos que investem em imóveis ou em títulos relacionados ao setor imobiliário, e que devem distribuir pelo menos 95% do seu resultado aos cotistas.
- Valorização do capital: algumas empresas fora da bolsa têm um alto potencial de crescimento e valorização do seu capital. Esse é o caso, por exemplo, das startups, que são empresas inovadoras que buscam resolver um problema ou atender uma demanda do mercado, e que podem se tornar líderes em seus segmentos ou serem adquiridas por grandes companhias.
- Diversificação da carteira: tambem é uma forma de diversificar sua carteira e reduzir os riscos associados ao mercado de ações. Isso porque essas empresas podem ter um comportamento diferente das empresas listadas na bolsa, e podem estar expostas a outros fatores econômicos ou setoriais.
Quais são os desafios de investir em empresas fora da bolsa?
Como qualquer investimento aqui também pode se apresentar alguns desafios para o investidor, como:
- Liquidez: a liquidez é a facilidade com que um ativo pode ser convertido em dinheiro. As empresas fora da bolsa tendem a ter uma liquidez menor do que as empresas listadas na bolsa, pois há menos compradores e vendedores interessados nesses ativos. Isso significa que o investidor pode ter dificuldade para vender sua participação quando quiser ou precisar.
- Risco: o risco é a possibilidade de o investidor ter um retorno diferente do esperado ou até mesmo perder todo o seu capital investido. As empresas fora da bolsa tendem a ter um risco maior do que as empresas listadas na bolsa, pois há menos informações disponíveis sobre elas, e elas podem estar sujeitas a fatores imprevisíveis ou adversos.
- Informação: a informação é o conjunto de dados e análises que o investidor usa para tomar suas decisões de investimento. As empresas fora da bolsa tendem a ter uma informação menor do que as empresas listadas na bolsa, pois elas não são obrigadas a divulgar seus balanços, resultados ou planos estratégicos ao público. Isso significa que o investidor pode ter menos subsídios para avaliar a qualidade e o potencial dessas empresas.
Como se preparar para investir em empresas fora da bolsa?
É preciso se preparar e se informar sobre as oportunidades disponíveis, os riscos envolvidos e as condições de negociação. Além disso, é preciso ter um perfil de investidor compatível com esse tipo de investimento, que geralmente exige um prazo mais longo e uma maior tolerância ao risco.
Algumas dicas para se preparar para investir em empresas fora da bolsa são:
- Defina seus objetivos e sua estratégia: antes de investir em qualquer ativo, é importante definir seus objetivos financeiros e sua estratégia de investimento. Você deve saber quanto você quer ganhar, quanto você pode perder, quanto tempo você pode esperar e quais são os riscos que você está disposto a correr.
- Estude o mercado e as empresas: antes de investir em uma empresa fora da bolsa, é importante estudar o mercado em que ela atua e a própria empresa. Você deve saber qual é o problema ou a demanda que ela resolve ou atende, qual é o seu diferencial competitivo, qual é o seu modelo de negócio, qual é o seu histórico de resultados, qual é o seu plano de crescimento, quem são os seus sócios, gestores e concorrentes, entre outras informações relevantes.
- Analise os riscos e as oportunidades: antes de investir, é importante analisar os riscos e as oportunidades que ela oferece. Você deve saber quais são as chances de ela dar certo ou errado, quais são os fatores que podem influenciar positiva ou negativamente o seu desempenho, quais são as garantias ou proteções que você tem como investidor, quais são as formas de saída ou liquidação do seu investimento, entre outras questões importantes.
- Diversifique sua carteira: uma forma de reduzir os riscos e aumentar as chances de sucesso ao investir em empresas fora da bolsa é diversificar sua carteira. Isso significa investir em diferentes tipos de ativos, como renda fixa, renda variável, fundos, moedas, etc., e em diferentes setores, regiões e estágios de desenvolvimento das empresas. Assim, você pode aproveitar as oportunidades de cada segmento e reduzir o impacto de eventuais perdas.
Conclusão
Investir em negocios fora da bolsa pode ser uma boa estratégia para quem busca renda passiva, valorização do capital e diversificação da carteira. No entanto, esse tipo de investimento também envolve desafios como liquidez, risco e informação. Por isso, é preciso se preparar e se informar antes de tomar qualquer decisão.
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